O ex-prefeito de São Pedro do Sul, Marcos Ernâni Senger (PT), tornou-se alvo de fortes críticas após uma publicação feita em sua rede social na noite de sexta-feira (20). A publicação se referia as deputadas Franciane Bayer (federal) e Eliana Bayer (estadual), ambas do Republicanos. No post, Senger utilizou o termo “DePUTAdas”, o que gerou acusações de misoginia e provocou reações de repúdio de diferentes setores da sociedade.
A publicação, posteriormente deletada, dizia: “DePUTAdas Bayer’s deixem de apoiar quem está matando as crianças e mulheres PALESTINAS.” A combinação do teor político com a linguagem considerada agressiva e machista teve forte repercussão negativa.
Em nota oficial, o Diretório Municipal do Republicanos de São Pedro do Sul classificou a manifestação como um “discurso de ódio” e afirmou que críticas políticas não podem ser confundidas com ataques pessoais, sexistas ou misóginos. O partido reforçou seu compromisso com o respeito à democracia, à pluralidade de ideias e à dignidade das mulheres na política.
A Procuradoria da Mulher da Câmara Municipal também se posicionou por meio das vereadoras Rosa de Fátima Ebling Metz (MDB), titular, e Graziela Marafiga Kaus (PT), adjunta. Em nota, a procuradoria repudiou a postagem e declarou que o ex-prefeito reforça práticas machistas inadmissíveis, especialmente por ter ocupado cargo público. O órgão reafirmou que continuará atuando contra qualquer tipo de preconceito ou tentativa de desqualificação das mulheres, sobretudo daquelas que ocupam cargos de liderança.
O presidente municipal do Republicanos, Maikel Ribas Marconatto, informou à reportagem que será registrado um boletim de ocorrência junto à Polícia Legislativa, além do encaminhamento de uma denúncia à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), considerando a gravidade da manifestação.
Posicionamento de Senger
Procurado pela reportagem, Marcos Senger justificou a expressão usada no post afirmando que se tratou de um erro do corretor automático. “- Teu corretor já te traiu?”, questionou o ex-prefeito ao iniciar sua resposta.
Na sequência, ele declarou:
– Minha história fala por mim. Mas a postagem é sobre o massacre de crianças e mulheres palestinas que estão sendo massacradas enquanto evangélicas como as deputadas e suas igrejas defendem o contraditório de suas religiões. Minha postagem é sobre as crianças e mulheres palestinas mortas por um sanguinário chamado Nethanyahu. Sobre um governador vestir as cores de Israel e defender Jesus. É sobre a incoerência que permeia boa parte de nosso povo. Vamos falar de evangélicos que defendem Israel, que não aceita Jesus Cristo como Deus? Lembrando que sou evangélico e aceito todas as religiões que têm um único Deus.” – finalizou.
A reportagem segue aberta para ouvir todos os lados e reforça seu compromisso com o jornalismo ético, imparcial e responsável.
